. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim
para que tenham vida, e a tenham com abundância
O fato de o Senhor ter afirmado que veio trazer vida com abundância, tem
se prestado a uma série de interpretações mal intencionadas. Apesar de, o verso
ter sido apresentado oposto à obra do ladrão, tem servido muito bem, aos
atos daquele, graças ao analfabetismo bíblico atual.
O Senhor disse: “…As raposas têm covis, as aves
do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” Mat 8; 20
Como poderia, pois, um “pobretão” assim, trazer
abundância? Ainda afirmou: “…Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque
a vida de qualquer um não consiste na abundância que possui.” Luc; 12; 15
Seja o que for que signifique a “vida com
abundância”, parece não atinar à matéria; talvez seja diferente da nossa, a
economia de Deus.
No episódio da viúva pobre que dera uma oferta
ridícula o Senhor louvou-a como sendo maior doadora que os ricos que ostentavam
grandes quantias; segundo ensinou, o conteúdo de renúncia mostrava uma devoção
maior; isso, vale mais perante Deus.
Entretanto, os pilantras góspeis ensinam que se
deve sacrificar grandes quantias, mesmo as pessoas pobres, para comover a Deus
com o “sacrifício”, e receber multiplicado o que deu. Ora, nesses casos, até
uma anta sabe que o motor da oferenda não foi devoção, mas, a cobiça por riquezas;
assim, quanto maior a dádiva, maior a doença do “ofertante”, e a safadeza do
“obreiro” que estimula.
No episódio do “desperdício” de perfume em Betânia,
o Salvador também valorizou a intensidade afetiva contida no gesto, mais que o
“bolsa-família” sugerido por Judas.
A ideia que Deus seja comprador de adoradores
foi advogada pelo inimigo no evento envolvendo Jó; o Senhor repudia tanto,
isso, que expôs Sua honra, permitindo o duro teste sobre seu servo.
Na verdade, quem sempre foi rico administra bem as
posses, por estar habituado com elas.
Quando multiplicou os pães e peixes, uma vez
saciadas as pessoas o Salvador disse: “Recolhei o que sobejou para que nada
se perca.” Admirável lição de economia de quem é Senhor do universo!
Quanto ao que enriqueceu de repente tem dificuldade
com o fato novo por lhe ser estranho. Não raro, desperdiça posses em
futilidades dissoluções.
Quem acertou a “mega-sena acumulada” sozinho, foi o
inimigo, quando mediante engano conquistou obediência do primeiro casal. De
posse disso, se propôs a comprar adoração. “... Dar-te-ei a ti todo este
poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero.
Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.” Luc 4; 6 e 7
Todo vendedor de “bênçãos” pertence a ele;
lição ensinada a Simão o mago. “O teu dinheiro seja contigo para
perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.” Atos, 8; 20
Além disso, quem prosperava com ministério
espiritual, não eram os servos de Deus, antes, uma pitonisa enriquecia seus
senhores com suas adivinhações. “E aconteceu que, indo nós à oração,
nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual,
adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.” Atos 16; 16
Expulso o demônio, a revolta foi tal, que Paulo e
Silas foram presos em Filipos.
O truque dos safados da mídia atual tem sido
focalizar a Bíblia em destaque para deixar claro que seus textos são dela
extraídos. Ora, o diabo nunca negou que Deus disse algo, apenas, adulterou; o
que seus seguidores fazem muito bem.
Enfim, se a vida de qualquer um não reside na
abundância de bens, e o Senhor trouxe vida com abundância, em que consiste a
vida? O mesmo Mestre ensinou: “E a vida eterna é esta: que conheçam, a ti
só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo; 17; 3
Ciente disso, Paulo exortou a Timóteo quanto à
economia de Deus: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de
males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e transpassaram a si
mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a
justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” I Tim 6; 10 e 11
Como “tomar posse” está na moda, também foi,
aconselhado, então; “…toma posse da vida eterna,…” I Tim; 6; 12 Quer
mais abundância de vida que isso? Uma que extrapola aos portais do tempo e
poderá um dia contemplar a Deus?
As riquezas de Deus são gratuitas e eternas,
mas, pouco apreciadas, infelizmente. “Aceitai a minha correção, e não a
prata; e o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido.
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