quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Divina economia



. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância

O fato de o Senhor ter afirmado que veio trazer vida com abundância, tem se prestado a uma série de interpretações mal intencionadas. Apesar de, o verso ter sido apresentado  oposto à obra do ladrão, tem servido muito bem, aos atos daquele, graças ao analfabetismo bíblico atual.

O Senhor disse: “…As raposas têm covis, as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” Mat 8; 20  

Como poderia, pois, um “pobretão” assim, trazer abundância? Ainda afirmou: “…Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer um não consiste na abundância que possui.” Luc; 12; 15

Seja o que for que signifique a “vida com abundância”, parece não atinar à matéria; talvez seja diferente da nossa, a economia de Deus.

No episódio da viúva pobre que dera uma oferta ridícula o Senhor louvou-a como sendo maior doadora que os ricos que ostentavam grandes quantias; segundo ensinou, o conteúdo de renúncia mostrava uma devoção maior;  isso, vale mais perante Deus.

Entretanto, os pilantras góspeis ensinam que se deve sacrificar grandes quantias, mesmo as pessoas pobres, para comover a Deus com o “sacrifício”, e receber multiplicado o que deu. Ora, nesses casos, até uma anta sabe que o motor da oferenda não foi devoção, mas, a cobiça por riquezas; assim, quanto maior a dádiva, maior a doença do “ofertante”, e a safadeza do “obreiro” que  estimula.

No episódio do “desperdício” de perfume em Betânia, o Salvador também valorizou a intensidade afetiva contida no gesto, mais que o “bolsa-família” sugerido por Judas.

 A ideia que Deus seja comprador de adoradores foi advogada pelo inimigo no evento envolvendo Jó; o Senhor repudia tanto, isso, que expôs Sua honra, permitindo o duro teste sobre seu servo. 

Na verdade, quem sempre foi rico administra bem as posses, por estar habituado com elas.
Quando multiplicou os pães e peixes, uma vez saciadas as pessoas o Salvador disse: “Recolhei o que sobejou para que nada se perca.” Admirável lição de economia de quem é Senhor do universo! 

Quanto ao que enriqueceu de repente tem dificuldade com o fato novo por lhe ser estranho. Não raro, desperdiça posses em futilidades  dissoluções.

Quem acertou a “mega-sena acumulada” sozinho, foi o inimigo, quando mediante engano conquistou obediência do primeiro casal. De posse disso, se propôs a comprar adoração. “... Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.” Luc 4; 6 e 7

Todo vendedor de “bênçãos” pertence a ele;  lição ensinada a Simão o mago. “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.” Atos, 8; 20

Além disso, quem prosperava com ministério espiritual, não eram os servos de Deus, antes, uma pitonisa enriquecia seus senhores com suas adivinhações. “E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.” Atos 16; 16

Expulso o demônio, a revolta foi tal, que Paulo e Silas foram presos em Filipos.

O truque dos safados da mídia atual tem sido focalizar a Bíblia em destaque para deixar claro que seus textos são dela extraídos. Ora, o diabo nunca negou que Deus disse algo, apenas, adulterou; o que seus seguidores fazem muito bem.

Enfim, se a vida de qualquer um não reside na abundância de bens, e o Senhor trouxe vida com abundância, em que consiste a vida? O mesmo Mestre ensinou: “E a vida eterna é esta: que conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo; 17; 3

Ciente disso, Paulo exortou a Timóteo quanto à economia de Deus: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e  transpassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” I Tim 6; 10 e 11

Como “tomar posse” está na moda, também foi, aconselhado, então; “…toma posse da vida eterna,…” I Tim; 6; 12 Quer mais abundância de vida que isso? Uma que extrapola aos portais do tempo e poderá um dia contemplar a  Deus?


 As riquezas de Deus são gratuitas e eternas, mas, pouco apreciadas, infelizmente. “Aceitai a minha correção, e não a prata; e o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido.
 

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