“Por
isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as
saibais e estejais confirmados na presente verdade.” I Ped 1; 12
Pedro na
introdução de sua epístola meio que justifica-se por estar “chovendo no molhado”.
Disse que não deixaria de exortar seus leitores sobre coisas que eles sabiam e
nas quais, estavam firmados.
É, temos uma tendência a nos enfadarmos das
repetições e andarmos sôfregos por novidades. Naqueles dias era assim. “Pois
todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se
ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade”. Atos 17; 21 Isso, até saudável no prisma humano, científico, por
exemplo, no campo espiritual pode ser nefasto. Por quê? Porque é natural que
seres imperfeitos laborem em busca de melhoramentos; também, que os consigam a
medida que novo saber se agrega.
Entretanto, naquilo que é perfeito, qualquer
mudança será necessariamente “para baixo”, rumo à imperfeição. Quem galgou o
topo do Everest só pode descer, a menos que aprenda a voar.
A ciência humana
anda célere como nunca; compramos uma engenhoca hightec hoje, em meses, está
obsoleta, superada por outra mais moderna. Desse modo, tanto a sede de
novidades quanto a busca de conforto confluem na veloz corredeira tecnológica.
O conceito que determinado invento é “de ponta” agrega valor; faz desejado.
Nesse contexto impregna-se
automaticamente no inconsciente coletivo a ideia que o novo é bom; o demais, ultrapassado. Assim, basta a
pecha que algo é “jurássico” para justificar sua rejeição. Desgraçadamente,
quanto mais dominamos à tecnologia, menos logramos ascender em domínio próprio.
Ampliamos meios de extravasarmos nossa própria maldade.
Daniel anteviu esses
dias de progresso científico acelerado, associado à ignorância espiritual. “...muitos
correrão de uma parte para outra, o conhecimento se multiplicará. ... nenhum
dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão.” Dn 12; 4 e 10
Mas, citar isso
não é muito antigo, portanto, ultrapassado? Aqui chegamos ao xis da questão.
Se, nas coisas humanas, quanto mais moderno melhor, nas Divinas, a excelência
não reside em inovar, mas, permanecer. “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é
para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te
repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30; 5 e 6
Isso no Antigo Testamento;
na conclusão do Novo, preservar, vai além duma reflexão sapiencial; vira
mandamento. “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da
profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará
vir sobre ele, as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro
desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, da cidade santa e das
coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22; 18 e 19
O conceito bíblico de
sabedoria nada tem a ver com domínio tecnológico, conhecimento filosófico;
antes, com escolhas certas no prisma espiritual. Notemos que Daniel não opõe
aos sábios, os ignorantes, como deveria ser; antes, ímpios. “Nenhum dos ímpios
entenderá, mas, os sábios entenderão.” Falando de nossos dias.
O mais sábio
entre os homens, Salomão, também pôs vestes espirituais na sabedoria. “O temor
do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a
instrução.” Prov 1; 7 Se Daniel deu um componente moral àquela, chamando de
ímpios os opostos, Salomão põe como questão de sanidade psicológica, dado que,
os avessos são loucos.
Escrevendo instruções para seu filho, o rei deixou
coisas muito úteis para nós. Desaconselhou mudanças se, o fito fosse
insurreição contra o governo humano, ou, Divino. “Teme ao Senhor, filho meu, ao
rei; não te ponhas com os que buscam mudanças,
porque de repente se levantará a sua destruição, a ruína de ambos, quem
o sabe?” Prov 24; 21 e 22
As correntes religiosa influentes, mas,
descomprometidas com Deus, como não podem rejeitar A Palavra de Deus, tentam “modernizá-la”
flexibilizando-a. A mesma Bíblia tem uma má notícia para eles. “Jesus Cristo é
o mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 13; 8
Aliás, Salomão dissera também
algo semelhante. “Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se
lhe deve acrescentar, nada se lhe deve tirar; isto faz Deus para que haja temor
diante dele.” Ecl 3; 14
Não que o Eterno tenha algo contra o novo, contra
mudanças. Ele preceitua e deseja desde que não seja para baixo. “...quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou...
não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5; 24 “Assim
que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram;
eis que tudo se fez novo.” II Cor 5; 17
Quem sabe onde está, facilmente
identificará se carece de coisas novas ou velhas.
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